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A influência dos contos de fadas

O casamento real foi uma prova de que os contos de fadas continuam criando representações no imaginário das meninas e as ajudando a construir referências para quando chegar a hora de encarar o mundo real.
Até mais ou menos os seis anos de idade, crianças em geral costumam encontrar nessas histórias um de seus passatempos preferidos que, além de divertir, as transportam para um universo onde quem dita as regras é a perfeição.
A psicóloga Kelli Cardoso explica porque, mesmo depois de tanto tempo, os contos de fadas continuam atraindo tanto as meninas e fomentando o sonho de ser princesa.

"Elas representam padrões de beleza, bondade e feminilidade - muitos desses inatingíveis - mas que estão presentes em todos os contos, cada qual à sua maneira, por isso que encantam. Além da temática, claro, que impressiona pelos temas familiares, de vilões, no qual o bem sempre prevalece", explica Cardoso.
A impressão que se tem é que diante dos padrões estabelecidos por essas histórias, as meninas se colocariam em uma busca incessante a fim de alcançar as mesmas características das princesas.
Mas de acordo com a psicóloga, não é isso que acontece. Para Cardoso, os contos de fadas não são capazes de gerar nenhum problema na infância feminina, muito pelo contrário. "Geralmente, as meninas fantasiam nas suas brincadeiras e isso promove benefícios relacionados à fantasia, ao faz de conta, ao desempenho de papéis", aponta Cardoso.
Ela acrescenta ainda que esses contos de fadas se confrontam fortemente com a função cada vez mais independente e influente que a mulher exerce hoje na sociedade. "Nos contos, as princesas acabam por esperar um príncipe que as salve, e, portanto, só esperam. É bastante diferente do padrão de mulher que temos hoje, mas ao mesmo tempo os contos de fadas ainda mexem com o imaginário de cada uma delas", explica a psicóloga.
"Apesar das conquistas femininas, parece que fica guardado no imaginário feminino o velho desejo de alguém que a salve, mais especificamente um príncipe que aparece nos sonhos mais íntimos", completa.
Há pessoas que, baseadas numa visão sexista, apontam que os contos de fadas reforçam os papéis de gênero, do esperado para a mulher. Mas Kelli vai de encontro a essa opinião discriminatória. Para ela, é necessário e saudável que as crianças alimentem esse imaginário. "Considero que as meninas necessitam do imaginário, das fantasias, do lúdico de forma geral. E os contos de fadas promovem justamente isso e seus fundamentos são representados nas brincadeiras infantis", conta.


A psicóloga ressalta que as histórias de ficção podem ajudar as crianças a encararem melhor a realidade existente em casa. Isso porque, devido ao contato com essas narrativas, elas acabam estabelecendo elos entre fantasia e realidade. "Em todos os contos já existe um paralelo entre o mundo de ficção e o real. Todos os contos, por exemplo, possuem temas familiares, que ajudam as crianças a lidarem com separação da família, ingresso no mundo adulto, entre outras situações". Sonhar em ser a próxima princesa Kate pode ser mais saudável do que se imagina!
Giulia Lanzuolo (MBPress)

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